As birras são as primeiras manifestações de ira que o ser humano exterioriza.

Às vezes, até mesmo o adulto faz birra. É só pensar em qual momento isso ocorre. Quando sentimos contrariados? Quando queremos algo e não é possível realizar?

As crianças se dão conta de que determinado comportamento utilizado dá resultado, o famoso eu quero, eu quero, eu quero e, o principal objetivo, dessa situação é chamar a atenção.

É no segundo ano de vida que acontece com maior frequência esse tipo de explosão. As crianças querem fazer tudo a seu modo e não como lhe foi solicitado. Dificilmente a criança consegue se controlar e continua agindo como bebê, quando sentia sono, dor, fome, frio, enfim quando sente o desprazer e a frustração.

As birras fazem parte a que todas as crianças saudáveis têm direito. Elas são desconfortáveis, dispendiosas para os pais, que se sentem envergonhados. E o pior as birras sempre aparecem com “efeitos especiais” como:

Os que se atiram no chão;

Os que batem em si próprios;

Os que ficam furiosos como um touro;

Os que gritam com toda força;

Os que batem os pés;

Os que choram, ou melhor gritando;

Os que rolam no chão;

E até mesmo os possuídos.

É exatamente dessa forma que a criança agride o adulto, pois expressa o que sente.

Entre os 18 meses e os 2 anos é que as crianças aprendem a lidar com as frustrações, a esperar e aceitar as respostas negativas, mas, nem sempre isso acontece, porque as regras e os limites não foram bem trabalhados.

Os pais muitas vezes assustados com o acontecimento acabam por ceder o que a criança quer e faz. Que erro!

A criança precisa de regra clara para poder se orientar e não se tornar teimosa, pois quanto mais teimosa for, mais se tornará birrenta, mandona e até mesmo tirana.

Como proceder nesse caso?

. Os pais precisam deixar de fazer todas as vontades da criança, precisam ser firmes e não dar a criança tudo o que ela quer para acabar com a birra, isto é, devem dar limites e explicar-lhe as regras.

. Pais que zangam, mas logo em seguida cedem, vencidos pelo cansaço, estão agindo inadequadamente.

. A criança após a descarga da ira fica à espera de que os pais tomem uma atitude, que definam as regras para que ela possa se orientar.

. Se os pais ignorarem ou mesmo debocharem da criança, toda a situação só tende a piorar, com choros, gritos e atitudes inadequadas.

. Quando a birra tiver terminada, receba a criança como se nada tivesse acontecido. Converse com ela, em tom baixinho, mas com clareza.

. Pais não fiquem presos, envergonhados com o show da criança perante os demais, tome atitudes coerentes e necessárias.

. Uma situação extremamente desagradável aos pais levando-os a ficarem envergonhados é quando a birra ocorre na frente dos outros, amigos, avós, estranhos, ou em local público.

Mediante essa situação, muitos pais tomam atitudes totalmente inversa do esperado. É exatamente, nesse momento, que as crianças aproveitam para fazer seus shows e escândalos. E, os pais erroneamente, acabam por cederem o que a criança quer. Esse não é um bom exemplo!

. Quando os pais ficam falando, falando em demasia faz com que as crianças não os escutem.

. Os pais devem ter paciência, agir no momento certo, esperar a birra passar para tomar alguma atitude. Não adianta no meio da tempestade falar alguma coisa, ou pior tomar alguma atitude indesejada. A criança não vai ouvir.

. É necessário lidar com serenidade e tolerância. Em caso de alteração por parte dos pais, a tendência é potencializar a ira, o choro e o esperneio.

. A criança ao perceber que os pais negam os seus pedidos, mais de uma vez e assim, que não cedem por serem firmes, vão deixando de ter as birras.

. Muitas vezes, as birras mostram que tanto os pais, quanto os filhos, estão sob demasiada tensão.

. Se os pais cedem a todos os desejos das crianças a tendência, nesse processo é aumentar cada vez mais a birra, por entender que a melhor forma de conseguir algo, é gritando.

. Os pais não devem reforçar a birra utilizando palavras ou rótulos pelos comportamentos da criança como: “teimosas”, “pestinhas”, “turronas”, “nervosinhas”, “mandonas”… Isso é prejudicial deixando marcas profundas.

. Isto é muito importante: não há nada de errado com a criança que faz birra, faz parte do desenvolvimento humano e quando a criança percebe que você não cede, a birra é colocada de lado, uma vez por todas.

Algumas dicas fundamentais

Pai seja firme! Abaixe na altura da criança, olhe no olho dela e diga com muita firmeza o “Não” que precisa ser dito, sem gritar. Depois, abrace-a, faça carinho e assim que acalmar explique com clareza e poucas palavras sobre o acontecimento mostrando-lhe a necessidade do limite.

Se ela tentar bater em você, continue olhando firme nos olhos dela e diga que bater dói, machuca que você não gosta e não vai permitir que ela te bata.

. Não fique repetindo demais o motivo do limite que você colocou. Fale uma vez, com tom de voz adequado e firme. Passe para ela segurança e tranquilidade.

. Depois de conversar com a criança, invente outra brincadeira para que possa continuar com as suas descobertas sobre o mundo e ela entenderá que vocês pais estarão construindo vínculos afetivos.

. Pais transformem todos esses incidentes em experiências de aprendizado para a criança.

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